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terça-feira, 21 de junho de 2011

Um animal enjaulado

Jogador Edmundo


Edmundo é um dos principais expoentes da série de jogadores problemas do futebol brasileiro. Diversos atletas como Heleno de Freitas, Serginho Chulapa e Almir Pernambuquinho foram personagens controversos do nosso país, mas nenhum deles se compara a Edmundo.

Um dos principais jogadores da história do Vasco foi protagonista de confusões tanto dentro quanto fora dos gramados. O atleta, apelidado de Animal pelo narrador Osmar Santos, já brigou com meio time do São Paulo, com companheiros no vestiário, foi agredido por um beque argentino, chutou a câmera de uma emissora de TV equatoriana, largou seu time na Itália para pular Carnaval no Rio, entre tantas outras.
Isso, dentro das quatro linhas, pois fora de campo já fez exame de DNA e assumiu o filho de uma modelo famosa, foi preso, se envolveu em um acidente com vítimas fatais e teve problemas com o IBAMA por dar cerveja a um macaco.

O principal caso foi o acidente ocorrido na Lagoa Rodrigo de Freitas onde três pessoas acabaram falecendo por conta da batida entre a Jeep Cherokee que Edmundo dirigia e a Fiat Uno que foi atingida. Duas pessoas que estavam na Uno acabaram falecendo, assim como, uma mulher que estava no carro de Edmundo. O acidente, ocorrido em 1995, acabou ficando por muito tempo esquecido da mídia.

Carro do jogador Edmundo depois do acidente


Passados mais de 16 anos, o caso voltou à cena policial quando uma juíza do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do atleta. Edmundo voltou a passar uma noite na delegacia. Ele já havia passado uma noite na prisão em 1999.

A discussão voltou às ruas com as pessoas questionando se houve ou não intenção de matar. Já que, ao ingerir álcool, a pessoa deve assumir o risco de que um acidente possa acontecer. O jogador assumiu logo após o fato que tomou um chopp no mesmo dia, mas foi responsabilizado por crime culposo, quando não há intenção de matar.

O delegado Henrique Hübner acredita que a justiça é quem deve responsabilizar ou não o jogador pelo incidente.Não posso afirmar se o crime foi culposo ou doloso. Isso já foi julgado pela justiça que indiciou o jogador por crime culposo. As pessoas insistem em querer responsabilizar o Edmundo porque é um cara famoso e a história acaba voltando à mídia. Casos como este quando são com pessoas populares acabam esquecidos. No Brasil, ninguém vai preso por crime semelhante se for réu primário”, afirmou.

O crime ficou tanto tempo sem ser fomentado pela mídia que algumas pessoas chegam a esquecer que Edmundo responde a um processo por conta do acidente. O que seria um descaso da mídia pode ser explicado pelo jornalista Áureo Ameno que trabalhou em diversas mídias como jornal impresso e rádio.
Ameno afirma que as mídias estão mais interessadas em vender jornal do que acompanhar um caso até o final.Com o passar do tempo, o jornal acaba deixando de lado um caso que foi muito explorado para poder vender o novo para o leitor. Isto, infelizmente, é uma prática comum em todos os jornais do nosso país”, disse.

O jornalista continua relatando que os casos voltam apenas com pequenas notas em edições depois de alguns anos passados sobre o acidente.Depois eles colocam lá pela página vinte uma nota relembrando o acidente, mas o mesmo nunca terá o mesmo destaque dos dias seguintes ao desastre. Não vende. Hoje os jornais voltaram a estampar mais por causa da sua prisão do que pelo acidente. Foi apenas porque se trata de uma figura pública e conhecida por todos”, concluiu.

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