No reveillon de 2010, 53 pessoas foram vitimadas por deslizamentos de terra em diversas regiões de Angra dos Reis, no Sul Fluminense. Do centro da cidade, no Morro da Carioca, a uma pousada na enseada do Bananal, na Ilha Grande, os estragos foram enormes. As obras que deveriam ter acabado no final do ano passado ainda estão bastante atrasadas.
Alguns casos de deslizamentos foram provocados por ocupação irregular e desmatamento, mas nada que justifique o atraso nas obras que beneficiará dezenas de famílias que ainda estão morando de aluguel desde que perderam suas casas.
O levantamento inicial do poder público estimava um prejuízo de R$ 400 milhões de reais na cidade. Dos R$ 80 milhões que foram prometidos pelo Governo Estadual, a cidade recebeu apenas R$ 30. O prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão, afirma que a burocracia para liberar o dinheiro acaba atrapalhando. “Certas burocracias do poder público, seja em que esfera for, atrasa tudo, atravanca tudo”, afirmou o prefeito.
Para ter uma ideia de como ficou a cidade no período das chuvas, basta dizer que, dos 130 bairros que o município possui, 75 tiveram ao longo do ano problemas com deslizamentos de terra ou inundações. O poder público precisou fazer 563 demolições e a solução deve demorar um pouco para chegar. “Realizamos um monitoramento da cidade em áreas de ocupação e agora o município tem; a área A pode, a área B não pode, a área C pode edificar, pode ocupar... Isso ainda está em curso esse trabalho através da Coppe. Isso ainda leva seis meses” , disse Jordão.
Prefeito Tuca Jordão |
O prefeito concluiu afirmando que a tragédia foi muito grande para ser resolvida em pouco tempo. “Essa tragédia não vai ser resolvida em um ano, em dois anos. É se levar com responsabilidade”, concluiu.
No local do soterramento da pousada Sankai, pouca coisa mudou. A única mudança real foi o crescimento da vegetação onde aconteceram os deslizamentos. A pousada ainda continua com muita terra e o prometido memorial em homenagem as vítimas não saiu do papel. A prefeitura alega que um morador contestou na justiça a necessidade de demolição da pousada.
O governo local está concluindo a construção de 800 apartamentos de 50 metros quadrados para os moradores que tiveram suas casas destruídas ou interditadas pelo desastre. Segundo a prefeitura, outras 70 famílias que não forem para estes abrigos deverão receber indenizações.
Nova Friburgo: Uma cidade ainda no caos
No dia 12 de janeiro de 2011, a cidade de Nova Friburgo, localizada na Região Serrana do Rio de Janeiro, foi atingida por uma forte chuva que devastou toda a área, vitimou centenas de pessoas e deixou milhares de desabrigados. O desastre foi o maior da história mundial em termos de deslizamentos desde o início do século passado. Algo que não pode ser comparado a terremotos, por exemplo.
Agora, quatro meses após a tragédia, a população local pede mais agilidade das autoridades e espera receber a ajuda necessária dos governantes para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Eles reclamam, inclusive, que ainda existe muita poeira em alguns bairros da região. É comum andar por Nova Friburgo e observar areia pelo canto das ruas e até mesmo lama em áreas mais afastadas do centro.
O estudante universitário Fernando Moreira reclama da demora das autoridades na reconstrução de alguns locais da cidade. “Muitas ruas ainda estão sujas e os bairros de Conselheiro Paulino, Córrego Dantas, Duas Pedras e Lagoinha estão precisando de ajuda. Tem muita sujeira, escolas que ainda estão sem aulas, ruas muito esburacadas e os bairros têm que conviver com lama e destroços”, acusa o estudante. Fernando ainda conta que os governantes precisam ser mais ágeis no atendimento às famílias e na conclusão de obras emergenciais que a cidade ainda necessita.
Ele lembra que foi fundamental a ajuda de todos os voluntários na tragédia, mas que, no momento, o mais importante é a mobilização da prefeitura. “Ajuda para a cidade é sempre boa e importante, mas acho que no momento o que Nova Friburgo precisa mesmo é da ajuda do poder público, principalmente da prefeitura da cidade, porque a recuperação está muito lenta”, conclui Fernando.
De acordo com informações de um funcionário da Secretaria de Assistência Social de Nova Friburgo que não quis se identificar, embora já tenha se passado quatro meses, a prefeitura apenas retirou a grande quantidade de terra do centro da cidade e dos bairros mais populosos. Em outros, barreiras e buracos impedem a passagem de veículos, além da falta de luz e de água serem um problema constante por lá.
Recuperação de Friburgo está estimada em um bilhão de dólares
O coronel do Corpo de Bombeiros e chefe da Defesa Civil de Nova Friburgo, Roberto Robadey, afirma que ainda existem cerca de 50 famílias em abrigos e conta que já está se movimentando para construir novas moradias em um bairro próximo para aqueles que perderam suas residências. “A prefeitura está construindo casas para eles (desabrigados) no Parque das Flores. A previsão de entrega é de 60 dias, quando devem terminar os desabrigados na cidade, se não surgirem outros”, diz.
Roberto Robadey acredita que, com grande investimento, a cidade poderá estar totalmente recuperada no prazo máximo de três anos. “O orçamento da Prefeitura de Nova Friburgo, que era de apenas 350 milhões de reais, caiu. Mas creio que, em três anos, com bastante investimento externo, poderemos ter a cidade recuperada”, estima.
De acordo com informações de um funcionário da Secretaria de Assistência Social de Nova Friburgo que não quis se identificar, embora já tenha se passado quatro meses, a prefeitura apenas retirou a grande quantidade de terra do centro da cidade e dos bairros mais populosos. Em outros, barreiras e buracos impedem a passagem de veículos, além da falta de luz e de água serem um problema constante por lá.
Recuperação de Friburgo está estimada em um bilhão de dólares
O coronel do Corpo de Bombeiros e chefe da Defesa Civil de Nova Friburgo, Roberto Robadey, afirma que ainda existem cerca de 50 famílias em abrigos e conta que já está se movimentando para construir novas moradias em um bairro próximo para aqueles que perderam suas residências. “A prefeitura está construindo casas para eles (desabrigados) no Parque das Flores. A previsão de entrega é de 60 dias, quando devem terminar os desabrigados na cidade, se não surgirem outros”, diz.
Roberto Robadey acredita que, com grande investimento, a cidade poderá estar totalmente recuperada no prazo máximo de três anos. “O orçamento da Prefeitura de Nova Friburgo, que era de apenas 350 milhões de reais, caiu. Mas creio que, em três anos, com bastante investimento externo, poderemos ter a cidade recuperada”, estima.
Segundo ele, organizações como o Banco Mundial e a Universidade Federal de Santa Catarina estão impressionadas com a recuperação. Muitos bairros, porém, ainda apresentam diversos problemas, afinal, a dimensão da tragédia em Nova Friburgo foi muito grande. Para se ter uma ideia, a recuperação pública está estimada em um bilhão de dólares.
Dessa forma, todo auxílio às vítimas da região continua sendo bem-vindo. “Precisamos de toda e qualquer ajuda e ainda estamos recebendo. As cimenteiras de Cantagalo, através da FIRJAN, deram três mil sacos de cimento (um caminhão) e a Justiça de Nova Friburgo está destinando recursos oriundos de penas alternativas para as pequenas ações de reconstrução”, revela Roberto Robadey.
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