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terça-feira, 21 de junho de 2011

E a CPI do Futebol? Acabou em pizza?

Presidente da CBF Ricardo Teixeira


É comum ouvir dizer que o brasileiro tem memória curta. Mesmo sendo o país do futebol, alguns temas fora das quatro linhas, mas relacionados a paixão brasileira, também caem no esquecimento. Preocupados com os preparativos para sediar a Copa do Mundo de 2014, será que os brasileiros se lembram das acusações a Ricardo Teixeira e da CPI do Futebol?

Dos cinco torcedores amantes de futebol entrevistados, apenas um se recordava claramente das acusações e criação da CPI do Futebol (Comissão Parlamentar de Inquérito). “Acho um absurdo terem simplesmente arquivado o caso sem maiores esclarecimentos e sem que nenhum dos acusados tenha sido punido”, afirma o estudante, Andor Magalhães, de 25 anos.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tem sua gestão marcada por escândalos, denúncias de nepotismo, lavagem de dinheiro e contratos de procedência duvidosa com a empresa de material esportivo que patrocina a seleção brasileira, transações irregulares de dinheiro, entre outras atividades ilícitas. Apesar das acusações e da criação de CPIs para apurar o caso, o presidente prestou depoimento para a CPI do futebol em 2000 afirmando que seu enriquecimento repentino era fruto de investimentos em ações, mesmo sendo de conhecimento público que havia falido neste ramo logo no começo de sua carreira.

Teixeira prestou esclarecimentos sobre a CBF, atividades pessoais e empresariais para a CPI. O relatório final da comissão de futebol obteve aprovação. O documento continha acusações contra empresários, cartolas, dirigentes de federações e, até mesmo, contra o presidente. Nada aconteceu aos acusados, apesar dos fortes indícios de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação de impostos.

No ano de 2007 houve mais uma tentativa, sem sucesso, de instalar uma CPI para averiguar algumas irregularidades tributárias no esporte. Contudo, a proximidade da escolha da sede da Copa do Mundo de 2014 e a possibilidade de prejudicar a imagem do país perante o mundo mediante indagações, fizeram com que o caso fosse novamente abafado. “É realmente vergonhoso que a custa de sediar a Copa do Mundo, assuntos tão pertinentes como a CPI do Futebol sejam deixados de lados. Não adianta varrer a sujeira para baixo do tapete para as visitas não virem. No país do futebol o esporte deveria ser levado mais a sério”, alega o jornalista esportivo Leandro Lacerda.

No dia 17 de março desse ano o deputado Anthony Garotinho publicou uma lista com assinaturas de 104 parlamentares pedindo abertura da CPI da CBF, porém faltam 67, já que são necessárias 171.

Segundo Garotinho, a lista tinha mais 12 parlamentares que mudaram de opinião após uma visita que o presidente da CBF fez a Câmara dos Deputados. O objetivo da CPI é investigar os lucros do Comitê Organizador Local da Copa-2014, além de contratos da CBF com emissoras de TV e suposta lavagem de dinheiro.

Ainda segundo o deputado, Ricardo Teixeira teria pedido apoio ao PR (Partido da República) para frear a abertura da CPI, alegando que devido a Copa do Mundo de 2014, esse não seria um bom momento para a comissão. O partido, no entanto não tomou nenhuma posição e deixou os deputados do PR “livres” para votarem a favor ou contra.

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